sábado, 1 de setembro de 2018
5 anos do acidente e o que aprendi
5 ANOS DE UMA NOVA VIDA
5 ANOS DO DIA EM QUE EU NÃO MORRI
5 ANOS DO DIA QUE EU NÃO PERDI MINHA PERNA
FAZ 5 ANOS QUE MINHA MÃE NÃO CHORA POR TER PERDIDO UMA FILHA
5 ANOS DE LUTA
5 ANOS DE VITORIA
ENTÃO EU VIM COMPARTILHAR AS 5 COISAS QUE EU APRENDI DURANTE ESSES 5 ANOS.
sábado, 7 de abril de 2018
terça-feira, 22 de agosto de 2017
PASSARO LIVRE
sábado, 11 de junho de 2016
VISITA A UTI
Foram os dois meses e meio mais longos da minha vida, dias e noites passavam e eu não os conseguia identificar, não conseguia ver o sol de dia, nem o brilho das estrelas a noite, o que eu via era uma lâmpada que estava sempre ligada e acompanhava a troca de plantão para saber se era dia ou noite. Durante o dia a melhor parte era que eu recebia visita, e a pior parte eram: os banhos, os curativos, a fisioterapia e as cirurgias, mas os banhos, os curativos e a hora da fisioterapia conseguiam ser piores que as cirurgias, porque eu sentia muita dor, chorava e gritava muito, era horrível!
Escrevi um pouco sobre como foi esse começo para que soubessem mais ou menos o que aconteceu, para falar resumidamente como foram os meus dias na UTI e para falar da equipe que me acompanhou durante o tempo em que estive lá. Essas pessoas foram como anjos enviados por Deus, lutaram por mim, brigaram, me ajudaram de todas as maneiras possíveis, mesmo estando em um hospital público onde as condições quase nunca são as melhores, sabemos que infelizmente a saúde pública do nosso país não é lá essas coisas, mas ainda existe profissional dedicado, que trabalha pelo paciente, que tem amor pelo que faz, que se entrega e que não olha só para as dificuldades. Posso dizer que senão fosse a vontade de Deus e o profissionalismo da equipe da UTI, talvez eu não tivesse com minha perna hoje.
Um dia mesmo incerta de como seria meu futuro, prometi a elas que voltaria lá andando e ano seguinte lá estava eu com as minhas muletas como visitante, cumprindo assim minha primeira promessa que eu nem imaginava na época que realmente iria cumprir, apesar de querer muito, me agarrei a promessa que fiz e me esforcei bastante para que esse dia chegasse. Nessa visita prometi que voltaria lá, mas sem as muletas, mais uma vez consegui cumprir e não sosseguei enquanto não fui lá, o meu desejo era de ver toda equipe e agradecer, mas infelizmente não deu.
Hoje consigo ver o quanto tudo valeu á pena, as dores, os choros, os gritos, as noites acordada olhando para o teto, a solidão, a saudade de casa, a vontade de não estar ali e de que tudo aquilo fosse só um pesadelo, mas com o passar do tempo fui aprendendo que nada acontece por acaso e que, às vezes, precisamos passar por algumas coisas na vida e são nos momentos de mais dificuldades que mais aprendemos.
Quero deixar registrado mais uma vez o meu agradecimento à equipe da UTI cirúrgica 01 e dizer que acredito muito no trabalho de vocês, sei que vão continuar salvando muitas vidas, mesmo em meio às dificuldades, porque foram escolhidos por Deus para isso. Desejo que continuem sendo anjos na vida de muitas pessoas e que se sintam satisfeitos e orgulhosos do seu trabalho, mesmo quando não forem devidamente reconhecidos ou recompensados, lembre-se que existem pessoas por aí que só estão vivas porque vocês existem!
domingo, 22 de maio de 2016
Foram quase 3 anos de muita luta e sacrifício para chegar até onde cheguei, com a ajuda de Deus e é claro, os meus esforços, consegui conquistar o que mais desejava.
Hoje me sinto livre quando ando por aí sem muletas, quando vou a lugares sozinha, quando tomo banho sozinha, quando arrumo a casa, quando preparo o café da manhã, almoço ou jantar e quando ando de bicicleta, mas a melhor sensação de todas é a que eu sinto quando fecho os olhos e passa um filme em minha cabeça de tudo o que passei, olho para a minha vida hoje,vejo tudo o que venci e me sinto muito feliz por ter chegado ao "fim" de uma trajetória difícil, porém vitoriosa, em vários sentidos. Sei que esse ainda não é o fim, busco a cada dia coisas novas,não só para minha recuperação, mas para minha vida no modo geral e muitas coisas ainda estão por vir.
Estou aqui hoje para lhes falar como eu me sinto diante de tamanha conquista e quão boa é a sensação de está de pé e saber que não me falta equilíbrio, e o quanto é maravilhoso ter duas pernas que funcionam e que aos poucos me tornam independente.
domingo, 24 de abril de 2016
Temos um nome, somos normais!
Nossa, como essa imagem me chamou a atenção!
Mesmo que eu não esteja mais uma cadeira de rodas eu também faço parte desse mundo, o mundo dos deficientes, consigo perceber o quanto é importante sermos tratados pelo que realmente somos, somos seres humanos normais, temos um nome e ser deficientes não é um defeito ou só uma característica, as pessoas precisam aprender a nos olhar e enxergar que somos muito mais que isso, somos pessoas, assim como vocês. E vocês já pararam pra pensar que um dia podem ser como nós?? Eu era uma pessoa comum e nunca imaginei que um dia seria deficiente, estamos sujeitos a tudo nessa vida e devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, nos colocando no lugar deles, ajudando e não sentindo pena.
Vocês já pararam pra pensar o que um deficiente enfrenta todos os dias?
Já pensaram no quanto são guerreiros, e por quanta coisa já passaram?? Se você acha sua vida difícil, vc já pensou como é a vida de um deficiente?
Essa mensagem não é sobre mim e sim sobre pessoas que enfrentam e tem problemas maiores do que o meu, e é só para nos fazer pensar no próximo.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016
ULTIMA CIRURGIA
2015 acabou melhor do que eu podeira imaginar, cheio de coisas boas e muitas conquistas.
No dia 15/12 foi ralizada minha ultima cirurgia, não poderia dizer que nunca imaginei que esse dia fosse chegar por que na verdade tudo que eu mais queria era chegar até aqui e fiz de tudo para que esse dia chagasse, ele chegou e tudo correu muito bem, fiz a cirurgia de artropatia de quadril (que resumidamente é a reconstrução do acetábulo com uso de uma prótese) e com pouco mais de 48hs eu já estava em casa,me senti aliviada por desta vez tudo ter corrido muito bem.
Tive o meu primeiro natal em família depois de ter passado dois anos seguidos comemorando natal, ano novo e meu aniversário no hospital, comemorar essas datas em casa foi maravilhoso, só eu sei o quanto, comemorei todos essas datas com muita felicidade e grata por ter chegado o dia que tanto sonhei, o dia que eu tinha certeza que chegaria e que eu iria viver tudo o que estou vivendo e muito mais. Sempre soube que tudo um dia teria fim que um dia eu finalmente ia poder voltar a fazer coisas normais, foi essa certeza, essa fé que me fizeram chegar até aqui,
saber que eu consegui chegar até aqui enche o meu coração de alegria e de gratidão a Deus.
Está vivendo esse momento me faz recordar tudo o que passei e o quanto não foi nada fácil, chegar aqui me faz acreditar mais em Deus e em tudo o que ele pode fazer , me faz ver o quanto tudo valeu a pena o quanto foi bom não ter desistido, me faz ter certeza de que não importa quão grande sejam as nossas lutas um dia todos elas terão fim e para chegar até aqui o que eu mais fiz foi lutar, eu não contei com sorte, contei com a fé que depositei em Deus e fiz de tudo, tudo mesmo para melhorar a cada dia, nem que fosse um pouco, e mesmo quando não melhorava nada eu aprendia algo novo.
Ainda vai completar dois meses que a cirurgia foi feita e eu estou enfrentando uma lutando diferente, agora para conseguir dá os meus passos sozinha, sem usar muletas, sim, eu vou poder andar normalmente, ouvir do meu médico que eu posso andar sem muletas foi realmente emocionalmente, quando recebi essa notícia foi o dia mais feliz da minha vida, foi como se eu tivesse saído daquele consultório com um troféu na mão e com a certeza de que tudo o que eu fiz valeu a pena, tudo contribuiu para que eu pudesse viver esse momento vitorioso. Deixei de usar minha bota robofoot e agora estou usando uma órtese para manter meu pé reto já que por consequência do acidente eu perdi o movimento do meu pé, mas pra quem corria risco de perder a vida e uma de suas pernas isso é o de menos, ainda estou usando as muletas porque andar parece ser simples olhando os outros fazendo, mas é mais difícil do que eu imaginava, porém tenho tentado todos os dias fazer com que minha cabeça e meu corpo entendam que já podemos fazer isso, e sei que é só uma questão de tempo para que eu consiga andar normalmente.